Uma galáxia isolada, designada NGC 6789, está a desafiar a compreensão astronómica atual ao continuar a formar estrelas apesar da aparente falta de fontes de combustível. Localizada a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância, no Vazio Local, escassamente povoado, esta galáxia tem gerado ativamente novas estrelas nos últimos 600 milhões de anos, um fenómeno que intriga os cientistas.

O quebra-cabeça da formação estelar no espaço vazio

As galáxias requerem quantidades substanciais de gás para sustentar a formação de estrelas. No entanto, NGC 6789 reside numa região do espaço quase totalmente desprovida de matéria. O Vazio Local, como o próprio nome sugere, é uma das áreas mais vazias do universo, tornando o nascimento contínuo de estrelas nesta galáxia particularmente incomum. A maioria das galáxias de idade semelhante já deveriam ter esgotado o seu suprimento original de gás há muito tempo.

Apesar desta expectativa, NGC 6789 formou estrelas equivalentes a cerca de 100 milhões de vezes a massa do nosso Sol nos últimos 600 milhões de anos – cerca de 4% da sua massa estelar total. Esta atividade contínua sugere que um mecanismo desconhecido está a reabastecer o abastecimento de combustível da galáxia, ou que existe dentro dela um reservatório anteriormente não considerado.

Imagens profundas não revelam respostas óbvias

Pesquisadores liderados por Ignacio Trujillo, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, conduziram imagens profundas de NGC 6789 usando o Telescópio Gêmeo de Dois Metros em Tenerife. O objetivo era identificar evidências de entrada de gás externo, como restos de uma fusão galáctica passada ou um fluxo de gás invisível.

No entanto, as novas imagens não revelaram quaisquer perturbações na forma da galáxia, descartando grandes interações recentes que poderiam explicar o influxo de combustível. A falta de distorção sugere que qualquer fornecimento de gás deve ser interno, invulgarmente difuso ou proveniente de um mecanismo ainda não compreendido.

Perguntas restantes e pesquisas futuras

As possíveis explicações incluem a presença de reservas inesperadamente grandes de gás que sobraram da formação da galáxia, ou um tênue reservatório de gás próximo que ainda não foi detectado. A ausência de evidências claras, no entanto, deixa sem solução o mistério da formação estelar sustentada de NGC 6789.

A investigação futura centrar-se-á na análise espectroscópica detalhada da composição e distribuição do gás da galáxia, bem como em pesquisas mais sensíveis de estruturas de gás ténues que a rodeiam. O estudo contínuo de NGC 6789 pode revelar novos insights sobre os processos que governam a formação estelar em ambientes extremos, desafiando os modelos existentes de evolução galáctica.

O contínuo nascimento de estrelas numa galáxia isolada como a NGC 6789 destaca as limitações da compreensão astronómica atual e sublinha a necessidade de exploração contínua e refinamento teórico.

попередня статтяPovos Indígenas Exigem Reconhecimento Global na COP30